sábado, 4 de maio de 2013

Entrevista com Bárbara Herdy.

Essa semana eu tive a oportunidade de entrevistar a nossa querida escritora Bárbara Herdy.
Espero que gostem da entrevista.


Eu: Como foi escrever um livro?

ElaDifícil. Muito difícil. Eu queria saber qual é o dom que certos autores tem que conseguem escrever um livro em dois meses, quero aprender a magia; eu demorei 1 ano e o problema não foi escrever, essa era parte fácil da criação, eu tinha os personagens, as ideias e tudo pronto na minha mente, mas o meu livro precisou de muita pesquisa, ou seja, eu tive que ler muitos textos e livros sobre diversos assuntos, fazer anotações, mudar descrições, incluir explicações sobre certos temas, tudo para que o livro ficasse redondo e sem pontas soltas que iriam tornar o livro oco. No entanto, quando você o vê finalizado, tudo vale a pena, até as noites que você passou acordado ou os surtos que você teve de insegurança durante o processo de escrita.

Eu:  O que foi mais difícil?

Ela:  A pesquisa e a escrita nunca foram a parte mais difícil do processo, mas sim, eu. Eu sofri de muita insegurança, perfeccionismo e ataque de ansiedade durante todo o processo de escrita. Eu achava que não era boa o bastante, que ninguém nunca gostaria da história e que eu era uma sonhadora lunática achando que alguém iria querer ler o que criei, eu bebi muito café, fumei muito, tinha dias que eu chorava com os personagens, por causa do que eles estavam vivendo, e eu ficava a pensar: eu quero que as pessoas vivam isso, mas será que eles vão querer viver isso? Eles precisam querer viver isso. Eu preciso fazer eles quererem viver isso. Eu acho que depois de tanto sofrimento, eu consegui isso.

Eu: Como está sendo a procura de editora? Porque eu sou escritora e está sendo muito 
difícil. 

Ela: Eu cheguei em um momento muito traumático da experiência de procura por uma editora, não vou dizer tudo que penso sobre isso, porque vou acabar criando uma polemica, no entanto, eu acredito em sonhos e sonho que um dia alguém vai ler Apenas Respire e vai dizer: dane-se os riscos, dane-se perder dinheiro, eu quero lançar algo nosso e bom, e esse é o material. Até lá, eu vou continuar com meu projeto de lançar em ebook, que está sendo uma ótima empreitada e continuar o meu trabalho. Eu não quero ser uma escritora pelo dinheiro, e sim pelo meu dom, quero que as pessoas leiam meus livros e vivam a história, e não quero ser famosa por isso. Então, eu estou ótima assim, com meu livro na Amazon, é melhor do que estar sofrendo na mão de uma editora que não deseja que sua história seja conhecida e sim, só o dinheiro que ela vai render. J.K foi rejeitada em dezenas de editoras, como Margareth Mitchell, então porque comigo seria diferente ou com você ou com fulano? O jeito é bola para frente e lutar pelo sonho, que não é ser publicado, mas ter seu mundo conhecido.

Eu: Você imaginava que seu livro faria sucesso?

Ela: Não, e continuo achando que não faz, e gosto disso, gosto do meu livro estar ganhando o público aos poucos, é como se ele estivesse escolhendo quem deve o ler e não o contrário sabe?

Eu: O que você pensa quando vê seu livro sendo lido por tantas pessoas?

Ela: Eu penso: "Sonhos acontecem, então, vamos continuar a sonhar, Bárbara"

Eu: O que você pensa sobre a literatura brasileira? 

Ela: Eu penso que a nossa literatura atual tem tanto a oferecer, mas novamente, não vou entrar na questão, se não vou criar uma polemica. No entanto, o que vemos da nossa literatura, é reflexo do que acontecia há 70 anos atrás com autores que hoje em dia são renomados e item obrigatório de leitura nas Escolas. É possível ter seu livro lançado atualmente? É, mas é uma via de mão dupla, eu quero ser lançada, mas dependo de alguém, e esse alguém não quer um escritor, quer um robô que vai seguir um modelo para ser publicado e lhe trazer frutos. Essa é a literatura atual, não é sobre uma história, e sim, sobre uma renda. Temos livros bons? Ótimos, mas a maioria guardada em gavetas ou publicados em ebook. Temos livros bons publicados? Temos, mas também temos muita coisa ruim e fraca, que só é lançada por ser livros pequenos e que se fracassarem em venda, não causarão danos em uma editora. Eu vejo que a literatura boa está escondida em gavetas, em publicações independentes e até mesmo, em ebooks, essas publicações são de autores de verdade, que não temem ser criticados e descobertos, esses escritores só querem ser ouvidos, então porque as editoras não os escutam também?

Eu: Qual é a dica que você dá para escritores que sonham em ver seu livro publicado?

Ela: Não sonhe com um livro publicado. Isso é viver no mundo da Alice. Sonhe em ter um livro, bom, pronto, real, com personagens bons e que te complete, quando terminá-lo, deixe-o voar nas editoras, como ebook, aos olhos dos leitores, viva essa história até a ultima gota, e depois, deixe-a viver só, mas nunca, jamais, sonhe com ele sendo publicado, seu livro não nasceu para ser um produto, nasceu para ser um mundo, então deixe o ser, o mundo de alguém. 

Muito obrigada pela oportunidade!
Um beijão!


Seu livro: 

Um comentário:

  1. Anna parabens pela entrevista, caramba a Bárbara é intensa, adorei!!! Vou comprar o ebook dela em breve, deixa só eu dá uma baixa nos livros que tenho pendentes aqui em casa.
    adorei as dicas dela!!! Desejo sorte e muito sucesso a elae a vc tbém querida!!!!

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